JORNADAS QUE ME CURAM: o poder da presença.
- Juliana Negri
- 14 de jul.
- 10 min de leitura
Antes de te contar como foram os primeiros dias dessa jornada, preciso te contextualizar um pouco… essa viagem começou com um chamado interno muito forte. Eu só sabia que eu precisava ir pra Chapada dos Veadeiros, não sabia exatamente o motivo, mas sentia que era algo que minha alma pedia e eu escutei. Passei por alguns desafios até conseguir fazer essa viagem acontecer, mas no fim, entendi que o caminho era mesmo esse: escutar o que meu coração tava gritando.
No primeiro dia, eu vivi a experiência de soltar o controle, confiar, me permitir. E já na ida, no avião, nas músicas, nos sinais, eu percebi que essa não seria só uma viagem pra um lugar bonito… seria uma viagem pra dentro de mim, um reencontro comigo, com minha essência, com o que faz meu coração vibrar.
Se quiser entender como tudo começou, te convido a ler o primeiro texto dessa série, “Eu só sabia que precisava ir… e fui.” , ele tá aqui no blog, prontinho pra você mergulhar junto comigo nessa jornada.
27 de maio de 2025 - terça-feira
Acordei no dia seguinte e, por mais que tenha sido pouco tempo dormindo, eu dormi como há muito tempo não dormia, foi um sono tão reparador, eu estava renovada. Mas, antes de ir dormir tentei fazer Reiki em mim, só que eu estava tão cansada e sem foco que fiz apenas uma oração pequena, me senti culpada, mas mesmo assim fechei meus olhos e, nesse instante, senti como se alguém estivesse fazendo o Reiki que eu tanto quis, fui acolhida pela espiritualidade e senti muito amor. Foi um lembrete silencioso:
você é amada mesmo quando não está fazendo nada.
Logo cedo, e eu sou de longe a pessoa que mais gosta de acordar cedo, a preguiça saiu do meu corpo no mesmo instante em que o Edu abriu a cortina, que céu era aquele? Era um cenário de filme, e ali eu tive certeza de que estava exatamente onde precisava estar. A energia da Chapada é difícil de explicar parece que tudo ali respira por você, te lembra do que é essencial, do que é verdade.
Eu só conseguia sentir e pensar: eu tô tão feliz!
Depois de um café maravilhoso (tivemos a sorte do Gui e da Giulia prepararem nossos cafés todos os dias, de vez em quando tinham algumas participações especiais, mas o crédito disso precisa muito ser deles), partimos para a Cachoeira do Segredo, era a primeira aventura.Coloquei no fim desse diário informações importantes para você que quer conhecer o lugar, mas confia em mim, não rola já lá pra baixo não, tem tanta história antes.
Chegamos 09h09, sim, eu dei uma conferida no relógio porque queria registrar o horário de tudo, porém consegui fazer isso só no primeiro dia, e segundo o Google: esse é um horário que é frequentemente interpretado como um momento de encerramento de ciclos e preparação para novos começos. Além disso, 09h09 pode simbolizar o crescimento pessoal e espiritual, incentivando a busca por novos conhecimentos e a expansão da consciência.
Pois é, eu tô falando que a Chapada não tá de brincadeira!
Mas bora para o nosso dia: antes de chegar na cachoeira de fato, passamos pela trilha que tem uns 3,2km, e ali eu estava tão encantada que achava absolutamente tudo lindo, o chão que brilhava em alguns pontos com o reflexo do sol, as árvores e como as raízes se formavam, eu me sentia dentro de uma história de princesas, dentro de um lugar realmente encantado.

Parei no meio da trilha ao ver uma borboleta azul enorme dividida ao meio, no chão, já sem vida, fiquei chateada com aquilo, como um animal tão lindo estava ali, despedaçado e, apesar de nenhum dos meus amigos me dar atenção sobre esse ponto, eu continuei a trilha com aquilo na minha cabeça, tentando entender o que o Universo queria me mostrar com aquilo. Podia ser só uma borboleta no chão? Claro que podia, mas eu buscava por respostas dentro de mim em praticamente tudo.
Não tive nenhuma conclusão sobre, infelizmente, porque chegou um ponto da trilha em que eu me perdi novamente nos meus pensamentos, eu observava e admirava tudo ao meu redor, era tudo tão lindo e não importava para onde se olhava era só natureza.
Eu não sei ao certo o tanto de tempo que a gente andou, paramos rapidamente nos poços lindos e cristalinos que tinham ao longo da trilha, mas dei uma pesquisada e vi que a trilha leva em torno de uns 50min, novamente eu digo: eu não faço a menor ideia do tempo que levamos, eu estava focada demais em só viver aquilo tudo.
E então chegamos a enorme Cachoeira do Segredo, uma queda de uns 100m de altura, em meio aos cânions e sério, absurdamente linda, transparente, cheia de pedras (aqui as sapatilhas pra entrar na cachoeira foram muito úteis), muito imponente e fria.

É uma das cachoeiras mais geladas (na minha opinião e dentre as que a gente visitou só perde para a Santa Bárbara), porque o sol é praticamente inexistente na queda da água, tem muita sombra, e acredito que aqueles paredões de pedra ajudam a deixar tudo bem gelado (vozes da minha cabeça que me contaram), inclusive tem uma placa perto dela: Cuidado com hipotermia, mas bem, somos do Sul né, se tem algo que a gente entende é de frio e a gente não queria saber disso, só queria saber de entrar naquela maravilhosa obra de Deus.
O fato de termos saído cedinho de casa foi fundamental para ter praticamente só a gente lá, e realmente estava BEM gelada, mas dava de entrar, nadar um pouquinho e então, correr pra toalha e pro pouco sol que tinha por lá.
Estar ali revelou coisas que eu já sabia, mas tinha esquecido: o poder da presença, de estar 100% conectada com o aqui e o agora, sem se importar com mais nada além do momento presente, e sim é fácil viver isso em uma viagem, eu sei, mas prova que é possível, e com um pouco de prática quem sabe a gente consegue incluir também no nosso dia a dia mais momentos de presença integral?
Seguimos nossa caminhada de volta para os poços que tinham pelo caminho, eram três se não me engano e a gente gostou mais do primeiro ou do segundo, não lembro pra ser sincera, e fomos direto em direção à esse especificamente (esse é o ponto bom de ir até o fim e voltar para as de antes depois, você já vai certo para onde quer e otimiza mais o tempo).
Nesse poço tinham decks de madeira por todos os lados, era lindo, fizemos um lanche porque saco vazio não para em pé e fomos aproveitar, a água era muito mais gostosa, ainda era gelada, mas tinha sol pegando diretamente o que ajudava muito, tentamos fazer vídeos mergulhando embaixo da água, mas nota zero nesse dia, o primeiro e único que ficou bom, foi um meu com o Edu que o Murilo fez. Os outros todos que tentamos, nota dó.

Apressamos um pouco o passo, porque tínhamos ainda o segundo passeio do dia: o Vale da Lua, e confesso que uma parte minha estava extremamente ansiosa por esse passeio.
Saímos 13h13, e novamente segundo o Google: é frequentemente interpretada como um sinal de transformação e renovação. É um momento para deixar para trás o que não serve mais e abrir espaço para novas oportunidades e sonhos.
A Cachoeira do Segredo pode até não ter um segredo a ser revelado, mas pra mim, ela me contou muitas coisas. Sério, só de colocar em palavras tudo o que vivemos é como voltar no tempo e viver aquilo tudo de novo, mágico.
Mas tivemos só MEIO DIA contado aqui ainda, desculpem a minha falação, mas é que como falei no outro post, muito disso é pra mim também, e eu quero muito poder lembrar de cada pedacinho possível que essa viagem proporcionou.
Indo para o Vale da Lua, tocou uma música que eu adoro e eu tava cantando, olhando a paisagem, e uma frase dela me fez pensar (eu já tinha ouvido milhões de vezes ela, cantado, mas nunca pensado na intensidade que UMA frase poderia ter) e fala, pelo menos na minha interpretação do momento, como nós muitas vezes mudamos para agradar os outros, sejam amigos, sejam amores, seja a família e com isso, nós nos perdemos de nós, abandonamos a essência que é nossa, que é autêntica, para ser o que nós achamos que é o que o outro quer, mas você já parou pra pensar que o outro (seja amigo, seja parceiro, seja colega de trabalho...) se aproximou e te colocou na vida dele porque gostou da SUA essência e não da que você acha que ele quer que você tenha? Inclusive eu e Edu em um outro momento conversamos muito sobre isso, a importância da nossa autenticidade dentro de qualquer relação que temos (um bom conteúdo pra eu criar, inclusive).
Enfim, vamos seguir, mas só pra fechar o parênteses que eu criei aqui, o trecho da música que inspirou o parágrafo acima é “te perco quando me abandono”, é uma música do 3030, Mapa Astral.
Você lembra que minha intenção para essa viagem era entender o que eu queria para minha vida, certo? Então todas essas anotações, esses insights que eu ia tendo eu ia anotando, sempre que eu sentia que aquilo me tocava de uma forma diferente, e agora juntando tudo e compreendendo o que eu vivi, que eu de fato, estou compreendendo como cada uma dessas peças montam o meu quebra-cabeça pessoal, pode ou não fazer sentido pra você, mas pra mim, faz total.
O Vale da Lua entrega tudo o que promete, uma paisagem sensacional, começou com um caminho cheio de pluminhas meio rosas, meio vermelhas, novamente parecia que tinha saído aquela paisagem toda de um conto de fadas, e eu confesso que eu amei ficar pulando entre as pedras, queria me esconder entre algumas, chegar mais perto das beiradas, eu queria conhecer absolutamente tudo daquele lugar incrível, infelizmente tinha um pedaço fechado, mas tudo o que conhecemos era absurdamente diferente e lindo.

Eu pulei na água assim que tive a oportunidade, delícia de lugar, de vibe e de estar não só na cia dos meus amigos, mas principalmente da minha mesmo, apesar de eu ficar muito tempo sozinha no meu dia a dia, apenas com o Thor e a Vênus, eu tô sempre tão preocupada com tudo, sempre tentando me manter em movimento, fazendo algo, produzindo algo, que falho nisso: o ato de só curtir a minha própria companhia, e não porque eu não gosto, eu amo passar noites vendo filmes e comendo pipoca sozinha, mas parece que eu não encontro tempo, ou melhor não encontrava, para me escutar, me acolher, estar verdadeiramente comigo.
O Vale da Lua me lembrou disso ali, no meio de todas aquelas pedras, de um abraço apertado que era para uma foto, mas me fez lembrar do poder da amizade, da presença, da conquista de simplesmente ser.
A energia do lugar, das pessoas e a nossa própria tem poder de mudar tudo, e sentir isso na pele nessa viagem foi uma das experiências mais lindas que eu já tive.
Depois do Vale da Lua, a gente foi conhecer o centrinho de São Jorge, comemos empanadas, trocamos as fotos do dia, passeamos em algumas lojinhas, onde eu encontrei um chapéuzinho de alienígena lindoo.
Foi ali em São Jorge que tive uma experiência muito louca com obras de arte, mas dai só indo na Galeria da Preguiça pra saber do que estou falando, aliás foi lá que comprei o primeiro deck da viagem, o Oráculo da Natureza, feito por artistas locais, e cheio de detalhes, ali, antes de comprar o baralho novo, tirei uma carta para mim, pedindo sobre a viagem, tirei a carta do TUCANO, que pedia para eu cuidar com a minha comunicação, falar, mas cuidar com o que, até porque eu poderia ferir alguém se falasse muito sem pensar. É uma carta também que fala sobre a autoconfiança, acreditar mais em si. Mas o que me pegou de jeito nessa carta, foi que ela alerta para entendermos que somos humanos, que não precisamos de uma máscara com um sorriso quando não estamos alegres, que é importante viver a tristeza, para depois conhecer a verdadeira felicidade.
A energia desse dia me atravessou de tantos jeitos que é até difícil traduzir tudo em palavras. A cada passo, eu sentia que alguma coisa dentro de mim estava se reorganizando e não só pelo que eu via fora, mas por tudo o que despertava aqui dentro.
Foi um verdadeiro mix de coisas: frio na cachoeira, calor no coração, olhos marejados e risos soltos, silêncio, música e muita presença, eu me senti inteira, me senti minha e isso... não tem preço.
Mas ainda tinha mais por vir, a Chapada, como eu disse, não brinca em serviço.
E no próximo dia ela tinha muito mais surpresas para nós, te conto tudo isso no próximo post! Até lá! ✨❤️
Informações importantes de turismo:
Cachoeira do Segredo e Vale da Lua: em média R$ 60,00 o ingresso por pessoa.Nas duas não é obrigatório guia e compramos o ingresso na hora (podia ser dinheiro, cartão ou pix), possuem banheiro e vestiário na recepção, e a do Segredo tem também um no meio da trilha, não chegamos a ir, mas parecia bem tranquilo de ir. Na do Vale da Lua tinha uma lanchonete também, mas não chegamos a comprar nada, então não sei se era bom, rs.
Não paramos para almoçar, nossos lanches eram a nossa alimentação do dia praticamente, optamos por sempre tomar um café da manhã bem reforçado e jantar bem, mas durante o dia só um lanchinho para aproveitar o rolê ao máximo.
Recomendo muito vocês levarem BONÉ e ÓCULOS DE SOL, porque tem vários momentos que você anda a céu aberto, e por conta disso PROTETOR E REPELENTE também são muito, muito importantes. Eu também levei camiseta UV de manga comprida, não usei nesse dia especificamente, mas usei praticamente todos os dias, roupas confortáveis e larguinhas, nada de coisas justas se você é como eu e PRECISA entrar nas cachus, porque depois de molhada colocar roupa justa, ninguém merece, dá de voltar nas trilhas também só de biquini e toalha, fizemos isso também. Outra coisa importante, levem uma muda de roupa junto sempre, e casaco, eles podem ficar no carro, mas é sempre bom, principalmente para nós mulheres não ficarmos com a calcinha do biquini molhada depois que finalizam os passeios! Ah e claro, muito muito importante: levem lanches, levamos sanduíches, barras de proteína e isotônico, além de muita água.
São Jorge: nossa parada lá foi jogo rápido, então na próxima com certeza vou me programar para jantar por lá e tentar conhecer mais, mas parada obrigatória é a Galeria Preguiça.
Vamos juntas? Deixe seu comentário sobre o que achou aqui ou lá no post do Instagram, eu vou AMAR saber como ressoou por ai!


Comentários