O amor não acabou para você (e eu vou te contar o por quê)
- Juliana Negri
- 12 de jun.
- 3 min de leitura
Quando a gente se permite ser vulnerável com o outro de novo, é algo meio louco...
Louco como o coração bate diferente quando a gente se permite, depois de tanto tempo, abrir a porta de novo, quando a gente deixa alguém entrar, mesmo depois de juntar todos os cacos que um dia juramos que nunca mais iriam ter acesso, mesmo depois de ter sido machucada, a gente arrisca. E não por ingenuidade, mas por coragem (e que coragem meus amigos).
Chega um momento na jornada em que percebemos que os nossos sonhos mudaram, que aquele futuro idealizado já não existe mais, mas que ainda assim a vida pulsa, convida. De certa forma nos sussurra que viver "só" pode, sim, ser bom, mas que compartilhar essa vida com alguém que vibra na mesma frequência que a gente… ah, isso é um presente.
Ah mas eu preciso me curar primeiro antes... vou te contar que a cura é um processo, uma constante na nossa vida, não acaba nunca, e talvez nem deva acabar, porque sempre haverá partes de nós pedindo atenção, colo, escuta, e é quando a gente começa a se olhar com carinho, quando reconhece o nosso próprio valor que algo muda: a nossa vibração muda, a frequência em que vivemos se alinha com aquilo que queremos, e ainda mais do que isso, com o que merecemos.
E aí, o amor aparece... não como salvação, mas como encontro, e um encontro leve. E quando eu falo leve, não significa que não haja atrito, que não existam discordâncias ou dias difíceis, significa que mesmo nas diferenças, existe respeito, existe escuta, existe um espaço seguro para que os dois possam existir por inteiros.
É aquela coisa meio coach de se falar, amar não é um jogo onde um precisa ganhar, é um jogo que se joga junto e a vitória só acontece quando os dois vencem, quando ambos estão dispostos a jogar pelo time e não um contra o outro.
Mas nessa busca (muitas vezes louca) por encontrar o "amor perfeito", a gente acaba se fechando, criamos uma lista e sim, ela é importante, fundamental eu diria, como boa amante de listas, porque ela nos ajuda a entender o que é valioso para nós, o que não abrimos mão, o que realmente desejamos, conseguimos olhar para isso, colocar para fora e não só sentir... só que existe um problema com as listas, que é quando a gente transforma ela em uma receita inflexível.
A verdade é que, mesmo quando alguém parece preencher cada item listado, ainda assim podemos sentir que falta algo. E, por outro lado, às vezes, quem não preenche todos os critérios vem com algo muito maior, algo que a gente nem sabia que precisava.
A lista deve ser a nossa bússola, não prisão, como se fosse um mapa, que não nos impede de pegar caminhos diferentes que nos levem para o mesmo destino. Solta esse controle, ele está sendo só um falso abrigo,
controlar tudo é desconfiar da sabedoria divina, porque o que é nosso de verdade, vem.
E na maioria das vezes de uma forma diferente, com uma história que nos surpreende, com detalhes fora do script… mas de uma forma que tudo flui e se encaixa.
E é aqui que entra a regra do 90/10. Você conhece ela? Ela diz que, se alguém te oferece 90% do que você deseja, não faz sentido abrir mão disso tudo para sair em busca dos 10% que faltam, especialmente se esses 10% são os detalhes que o tempo, o diálogo e a convivência podem transformar. Às vezes, os 10% que você acha que estão “faltando” são justamente o espaço que o Universo deixou para te surpreender.
O amor real, aquele que constrói e nutre, raramente chega embrulhado do jeito que a gente idealizou. Mas quando a gente se abre, de verdade, para viver e não só planejar, é aí que ele floresce, e não só ele, o Universo tem muito pra te surpreender ainda, porque o amor não acabou para você!
Reflexão para você levar com o coração:
Pegue um papel, escreva os principais itens da sua lista "Parceiro(a) ideal".
Depois, pergunte a si mesma:
Quantos desses pontos são realmente essenciais para mim? Quais são desejos que podem se transformar com o tempo? Estou aberta ao novo, ao inesperado, ao surpreendente?
Finalize escrevendo uma frase para o Universo em um post-it, ou em algum lugar que você possa colocar em lugar visível, precisa ser algo que saia do teu coração, meio que nessa linha: "estou aberta para receber um amor leve, real e surpreendente. Estou pronta para viver com verdade."
Lembre-se: às vezes, o que chega não vem para preencher uma lista…vem para preencher o que você precisava.
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